segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Portal UAI fala com fãs de BH

pessoal do site UAI esteve na fila do Chevrolet Hall em BH e falou com alguns fãs, confiram a matéria:

A palavra fã é uma abreviação de fanático. E só o fanatismo para explicar o
comportamento de jovens que estão desde terça-feira em fila na porta do
Chevrolet Hall, esperando o show da banda Paramore, que só acontece
quinta-feira, 17 de fevereiro. O comportamento acabou contagiando os outros
aficcionados pelo grupo e a fila original acabou tendo que ser divida em duas,
que no meio do dia do show, já chegava a dar volta no enorme quarteirão que
abriga a casa de show.

Maíra Andrade, de 19 anos, foi uma das primeiras
pessoas a chegar na terça-feira, por volta das 16h. “Isso é a minha vida, o
Paramore é minha vida”, justificou ela, que matou o trabalho para estar no
primeiro lugar de uma das filas. “Se eu te falar que eu faltei o serviço três
dias, você não acredita. E meu chefe está ligando demais, agora ele vai ver que
eu tô aqui na fila. Agora não vai dar nem para falar uma desculpa”, revelou a
jovem. O amigo dela, Jonathan Assis, de 20 anos, estava do lado. Com a capa do
segundo disco do Paramore tatuada no braço, ele explicou como os fãs estão
fazendo para encarar a longa espera. “Estamos revezando na fila. Cheguei terça e
fiquei até quarta, quando alguém segurou o meu lugar e eu pude ir para casa,
tomar banho, dormir, e voltei hoje de manhã. Minha mãe sabe que eu estou aqui, é
muita paixão que eu tenho por eles”, detalhou. “O shopping virou a nossa segunda
casa, quando alguém quer ir ao banheiro ou comer alguma coisa, corre lá e a
gente segura o lugar”, completou Maíra.

Pouco atrás dos dois estava
Luisa Marinho de Oliveira, de 17 anos. A garota de Ouro Preto que espera há
quatro anos o show disse que os dias na fila é o momento da superação. “Hoje não
vou sentir fome, não vou sentir dor, não vou sentir nada. Só amanhã. Hoje é
proibido sentir qualquer coisa. Depois do show, está liberado”, avaliou.

Mas não é todo mundo que tem este gás todo. Caio Martins, de 17 anos,
também desde terça, revelou que queria logo o início do show. “Está muito
cansativo. Dormi na rua, a gente trouxe edredon e colchonete para aguentar
porque de madrugada está fazendo frio”, lamentou. Daniel Ferreira, de 17 anos,
estava alheio à agitação ao seu redor e dormia, no primeiro lugar da outra fila.
“Na maioria das vezes eu fico dormindo. Já me chamaram de mendigo aqui”,
comentou o rapaz. Ele aproveitou para detalhar pérolas da gastronomia local.
“Você pega o miojo cru, quebra ele, joga o pozinho e come”, ensinou.

Perto dele, Rosane Souza destoava do resto do público. Aos 38 anos, a
fisioterapeuta está acompanhando a filha de 13 também desde terça-feira.
“Larguei a minha clínica, meus pacientes para estar aqui. Arrumei uma outra para
ficar no meu lugar, para ficar aqui com minha filha”, explicou a mãe-coruja.
“Ela é louca pela banda há muito tempo. Comecei a gostar por causa dela, porque
lá em casa é o dia inteiro. Eu sei tudo sobre a banda, a antiga formação, a
nova”, detalhou Rosane, que garantiu que não houve perigo na longa espera. “Foi
super tranquilo, a polícia passava aqui toda hora, a avenida é movimentada,
então favorece a segurança”, revelou, enquanto era interrompida por adolescentes
que cantavam em uníssono as músicas da banda de Hayley Williams. Haja
empolgação.

No site também tem um vídeo com alguns fãs falando sobre o show, diretamente da fila.

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